Os desafios da indústria 4.0

O setor industrial sempre foi crucial para o desenvolvimento econômico dos países. Desde o final do séc. XVIII, a indústria tem passado por transformações que revolucionaram a maneira como os produtos são fabricados e trouxeram vários benefícios, especialmente no que tange o aumento da produtividade.A primeira Revolução Industrial foi marcada pela transição do trabalho manual para máquinas alimentadas a vapor. No início do séc. XX, com a introdução da eletricidade nos sistemas produtivos, inicia-se a Segunda Revolução Industrial, caracterizada pela produção em massa e divisão do trabalho.

A terceira revolução que vai desde a década de 1970 até os dias atuais, é caracterizada pelo uso da eletrônica e tecnologia da informação (TI) para aprimorar a automação na produção. A combinação de tecnologias avançadas e internet está novamente transformando o panorama industrial e está sendo chamada de 4ªRevolução Industrial ou Indústria 4.0.

A Indústria 4.0 surge como uma estratégia de longo prazo do governo alemão, que foi adotada como parte do High-Tech Strategy 2020 Action Plan, em 2011, para assegurar a competitividade da sua indústria. Em 2013, o Ministério Alemão da Educação e da Investigação cria um grupo de trabalho constituído por representantes da indústria, do mundo acadêmico e da ciência com o objetivo de promover a pesquisa e a inovação e acelerar o processo de transferência de resultados científicos para o desenvolvimento de tecnologias comercializáveis. Desde então, o governo alemão institucionalizou seu compromisso com a indústria na criação de uma plataforma liderada pelos Ministérios da Economia e de representantes de negócios, da ciência e dos sindicatos. O primeiro relatório elaborado pela plataforma foi publicado em abril de 2015 e apresentou a utilidade da Indústria 4.0 para a economia e sociedade como um dos aspectos chave a serem explorados no futuro.

Nesse sentido, listamos aqui algumas tecnologias por meio de suas funcionalidades e exemplos práticos no contexto da indústria 4.0.

1. RFID

RFID é uma tecnologia de identificação automática que funciona com base na emissão de sinais de rádio, capazes de identificar e ceder informações contidas em tagsque podem estão ligadas ou incorporadas aos objetos. Através das tags RFID pode-se conhecer a identidade, localização atual, condição e história de um objeto sem nenhuma intervenção humana. A captura de dados em tempo real a cada etapa do processo sincroniza o fluxo de produtos e o fluxo de informações, reduzindo/eliminando os erros. Além disso, quando comparado aos tradicionais códigos de barra, a tecnologia RFID traz vantagens nomeadamente em relação aos níveis da capacidade, dependência e segurança dos dados. Ao contrário dos códigos de barras, que devem ser digitalizados individualmente, as tags RFID não precisam estar dentro da linha de visão do leitor, podendo ser lidas simultaneamente e incorporadas nos objetos.

A utilização desta tecnologia pode proporcionar melhorias na produtividade, tempos de ciclo, prazos de entrega e fluxo de caixa, além de ajudar a reduzir os custos operacionais e na gestão de inventários, minimizando significativamente os níveis de stocks. Esses benefícios estão sendo confirmados por empresas que apostaram na variedade de aplicações desta tecnologia em ambientes da Indústria4.0. Um exemplo de aplicação ocorre na Multi Product Line da BoschRexroth, em Hamburgo, na Alemanha. Numa linha de montagem para mais de 200 versões de válvulas hidráulicas, a fábrica flexível utiliza porta-ferramentas “inteligentes” equipados com tags RFID, que detectam a variante do produto e comunicam os materiais e processos necessários à linha de montagem. Cada estação de trabalho lê as tags e exibe informações relevantes para os operadores. Ao aproveitar o poder da “produção em massa flexível”, a instalação pode montar economicamente uma grande variedade de produtos personalizados até o tamanho de lote 1.

2. Fabricação de Aditivos

A fabricação de aditivos está a ser apontada como uma das tecnologias de produção mais promissoras a nível global. Essa tecnologia é capaz de impulsionar a transição da produção em massa para a personalização em massa em vários setores líderes. Dentro dessas tecnologias o método 3D printing se destaca, como ele é possivel criar produtos através da adição de materiais camada a camada em vez de processos de maquinagem. Desta forma, é possível disponibilizar novas funcionalidades para fornecer soluções na fabricação de pequenos lotes de produtos complexos, com alto grau de personalização, mesmo em ambientes de produção em massa.

A impressão 3D possui uma vasta gama de aplicações que vão desde a produção de protótipos, maquetes, peças de substituição, coroas dentárias, membros artificiais e até mesmo pontes. Em um ambiente industrial composto por impressoras 3D o produto pode ser fabricado a partir do momento que recebeu a ordem, eliminando a necessidade de estoques e melhorando a logística. Para além disso, pode beneficiar regiões remotas ou subdesenvolvidas, reduzindo a sua dependência de trabalhadores qualificados. A produção local e descentralizada também contribui para redução dos obstáculos à entrada das pequenas e médias empresas no ambiente Industrial 4.0.

3. Realidade Aumentada

Os sistemas baseados em realidade aumentada podem suportar uma variedade de serviços, tais como selecionar peças em um armazém ou enviar instruções de reparação por meio de dispositivos móveis. Assim, informações de manutenção em campo que muitas vezes são de difícil interpretação e requerem a experiência do operador podem ser simuladas em celulares ou tablets, reduzindo os custos de deslocamentos, evitando interpretações erradas e consequentemente retrabalhos nas ações de manutenção.

Embora estes sistemas estejam atualmente numa fase inicial, no futuro, o uso da tecnologia RA no ambiente industrial será muito mais amplo, visto que as empresas já constataram que a sua utilização pode oferecer vantagens significativas na redução da dependência, bem como na melhoria do controle da qualidade. Por exemplo, a Siemens desenvolveu um módulo de treino de operador virtual para o seu software “Comos” que utiliza uma base de dados de um ambiente 3D real, com óculos de realidade aumentada para treinar os operadores para lidar com as emergências. Neste mundo virtual, os operadores aprendem a interagir com máquinas clicando em uma ciber-representação. Eles também podem alterar parâmetros e recuperar dados operacionais e instruções de manutenção.


7 podcasts para aprender mais sobre tecnologia e empreendedorismo

Podcast não é, necessariamente, um formato de áudio, nem mesmo um arquivo específico, mas um formato de conteúdo que transformou a forma de distribuição de conteúdo sonoro na Internet, cujos propósitos são informar, entreter e captar momentos reais da vida. Por outro lado, a facilidade no acesso ao conhecimento é um aspecto bastante positivo do mundo moderno, sobretudo porque o fator tempo vem se tornando cada vez mais escasso no dia a dia. Nesse contexto, os podcasts têm se transformado em uma poderosa ferramenta de aprendizado.

Nesse sentido, para auxiliar quem busca aprender mais sobre tecnologia e inovação, listamos aqui 8 podcasts essenciais para você ouvir no seu dia a dia.

1. Braincast

O Braincast é uma criação da equipe Brainstorm, um portal que apresenta novidades, não apenas sobre tecnologia, mas também do universo da cultura, criatividade e entretenimento, e o seu podcast segue a mesma linha. Com materiais leves e descontraídos, o Braincast vem conquistando cada vez mais popularidade, sendo uma boa referência para adquirir conhecimento por meio de um formato dinâmico.

2. Trendcast

O Trendcast é um podcast sobre comunicação e negócios, com foco em marketing digital. De forma bem humorada e despretensiosa, aborda assuntos sobre diferentes assuntos que cercam o dia a dia de uma agência de publicidade e seus desafios. Destaca-se sua abordagem pautada na ciência quando aborda assuntos como estratégia de marketing, vendas e inovação.

3. Loop Matinal

O Loop Matinal é um podcast do canal Loop Infinito que traz as notícias mais importantes do mundo da tecnologia para quem não tem tempo de ler sites e blogs de tecnologia. Marcus Mendes apresenta um resumo rápido e conciso das notícias mais importantes, sempre com bom-humor e um toque de acidez.

4. Inovação Explicada

Esse podcast aborda a inovação muito além da superfície. Toda semana, o professor de inovação e empreendedorismo Leonardo Anésio apresenta as principais pesquisas e artigos científicos que exploram o tema de forma simples e descomplicada.

5. Nerdcast Empreendedor

Jovem Nerd e Azaghal são os hosts do podcast onde o assunto é cultura geek. Com o passar dos anos o cast foi mudando e foram surgindo outros programas para abordar mais temas que iam além do tradicional já apresentados. Assim, em 2015 surgiu o Nerdcast Empreendedor programa que fala de empreendedorismo com um dos maiores fomentadores do assunto no Brasil Flávio Augusto, fundador da Wise Up e proprietário do Orlando City Soccer Club. O projeto aborda os princípios do empreendedorismo na visão do empresário e conta um pouco dos momentos marcantes de sua caminhada, como a recompra da Wise up a mais recentemente compra minoritária da parte de sua empresa. O programa vai ao ar todas as últimas sexta feira do mês no feed do Nerdcast.

6. Guerras Comerciais

Os negócios são uma guerra. Às vezes, o prêmio é sua carteira, ou sua atenção. Às vezes, é apenas a graça de ganhar do outro cara. O resultado dessas batalhas molda o que compramos e como vivemos. Guerras Comerciais apresenta a você histórias reais não autorizadas de o que leva essas empresas e seus líderes, inventores, investidores e executivos a novos patamares — ou à ruína.

7. Empreendedorismo da Vida Real com Nana Caê

Nana Caê é empreendedora há 12 anos, mentora de vários empresários, e especialista em Gestão e Marketing. Vive e ensina o Empreendedorismo da Vida Real sem frases de auto-ajuda ou papinho furado.

O que os investidores procuram no plano de negócios de uma startup?

Os investidores anjos são “indivíduos com elevado patrimônio pessoal que investem os seus próprios fundos, tempo e experiência em empresas não cotadas, com as quais não têm ligações familiares, esperando que daí advenham mais-valias”. Em relação às características desse tipo de investidor, os investidores anjos possuem em média, entre 45 e 65 anos, normalmente são empreendedores de sucesso que venderam a sua empresa e obtiveram certo sucesso.

Porém, a taxa de rejeição das oportunidades apresentadas para os investidores anjos é cerca de 90%. Esses números demonstram que a exigência desses agentes é muito elevada e deixam claro para os empreendedores a necessidade de apresentaremos seus projetos da melhor forma, nomeadamente através de um plano de negócios bem elaborado.

No que diz respeito ao processo de decisão é possível dividi-lo em diversas fases, sendo que os critérios utilizados variam de acordo com a fase, a saber: pre-screening, screening e due dilligence.

  • Pre-screening: os investidores pretendem familiarizar-se com a empresa, requerendo, nessa fase, um plano de negócios muito curto.
  • Screening: é feita uma análise mais detalhada da empresa, pelo que é habitual requerer-se um plano de negócios mais detalhado.
  • Due dilligence: Nessa etapa são feitas as investigações finais antes de assinar o contrato, sendo tambéma fase na qual debatem as condições do negócio e encerram as negociaçõesquanto aos valores envolvidos.

Independente das etapas no processo de análise e de investimento os principais motivo para investir são essencialmente o potencial de elevada valorização da participação e a satisfação pessoal do investidor. Os fatores que mais encorajam os investidores são a diminuição de impostos sobre o rendimento nos valores investidos, o crescimento econômico e impostos baixos sobre os ganhos de capital.

Por outro lado apesar da motivação dos investidores em encontrar uma startup de alto rendimento, o processo de análise tende a ser criterioso e cheio de detalhes. Para isso o empreendedor precisa estar preparado, confira abaixo alguns tópicos do seu plano de negócio que podem influenciar positivamente a análise do investidor:

  • Referência de outros investidores;
  • Informações sobre o setor;
  • Divisão das tarefas entre os empreendedores e membros da equipe;
  • Backgrounds educacionais do time;
  • Clareza quanto ao envolvimento do investidor no negócio.

A forma de atuação dos investidores anjos em diversos pontos, é semelhante, ainda que se destaquem algumas diferenças, como o fato de os investidores olhem mais nas pessoas que investem e no investor fit. Os investidor anjo (business angels) querem ter contato com os empreendedores e muitas das decisões de investimento passam por esse contato direto. Eles pretendem ter uma equipe empreendedora diversificada, isto é, membros que desempenhem diferentes tarefas, e evitam equipes com apenas uma pessoa. Dão clara preferência a mercados que conhecem, sentindo que, desse modo, podem ajudar mais o empreendedor. Buscam um plano financeiro bem delineado e valorizam dividendos elevados.

Além disso, é importante que o mercado esteja em crescimento e, se possível, que seja de dimensão significativa. Os investidores anjos valorizam significativamente o mercado no qual a oportunidade de investimento se insere. Os business angels têm maior propensão para investir em negócios recentemente criados e, tendo um processo de investimento mais informal, valorizam mais o contato com o empreendedor e suas características.O processo de investimento é menos formatado,uma vez que investem os seus próprios fundos e não têm que seguir as indicações de nenhuma sociedade.

Sua empresa ambidestra: Como enfrentar um ambiente de mudanças aceleradas

Após a análise da sobrevivência e da mutação de algumas empresas ao longo de décadas, os pesquisadores Michael Tushman e Charles O’Reilly propuseram que as empresas precisam tornar-se organizações ambidestras. Isso significa que, para se ajustarem ao atual ambiente de negócios, elas têm de combinar esforços de exploitation, que diz respeito ao refinamento do existente (ou seja, envolve controle, certeza, redução da variância e aumento da eficiência), com esforços de exploration, pertinente a novas oportunidades (abrange experimentação, pesquisa e descoberta).

O modelo de organizações ambidestras traz como desafio encontrar o equilíbrio entre exploration e exploitation. Costuma existir um viés em favor do empenho em exploitation, pela maior probabilidade de sucesso a curto prazo, principalmente quando a organização experimenta resultados correntes positivos. Atividades de exploration são fundamentais para as adaptações, mas são por natureza associadas ao inevitável convívio com erros. Seus resultados nem sempre aparecem no curto prazo, o que requer um compromisso a médio e longo prazo

As organizações tendem a investir menos em exploration e, em casos extremos, ignoram as mudanças ambientais e a necessidade dos esforços nesse tipo de atividade, comprometendo sua adequação e a sustentabilidade do negócio

Algumas organizações tratam as atividades de exploration e exploitation como distintas por natureza e fazem sua gestão de forma separada. Outras entendem que há convergência e possível sinergia entre elas, o que pode trazer à tona o melhor de cada uma e minimizar fraquezas. Dessas correntes, derivam dois modelos de organizações ambidestras: o estrutural e o contextual.

No modelo estrutural, as unidades da estrutura organizacional recebem mandatos específicos, direcionando seu foco para atividades de exploration ou exploitation. Esse modelo pode restringir a inovação a algumas áreas determinadas. Um exemplo de empresa que usa o modelo estrutural é a Toyota, que criou uma unidade no Vale do Silício para pensar o futuro da indústria automotiva e os caminhos para a inovação e adaptação da organização no mundo todo.

Já no modelo contextual, as unidades de negócio rapidamente se ajustam ao ambiente no qual estão inseridas, combinando exploration e exploitation. Esse modelo pode favorecer a construção de uma cultura de inovação que permeia toda a organização. Um exemplo de empresa que usa esse modelo é o Bradesco, que, por meio do programa inovaBra, criou polos de inovação combinando pes-soas dedicadas a exploration com representantes das suas diversas unidades de negócios que alternam entre exploration e exploitation

A liderança tem papel fundamental em moderar e equilibrar as tensões que comumente surgem na criação e gestão da organização ambidestra.

De acordo com os pesquisadores Michael Tushman e Charles O’Reilly, uma organização ambidestra é capaz de manter seu desempenho corrente, evitando grandes ou súbitas mudanças, e, ao mesmo tempo, tomar medidas para moldar seu próprio futuro, eliminando a inércia organizacional. Quando as mudanças no ambiente de negócio deixam de ser incrementais, essa pode ser a resposta para a adaptação organizacional. Criar uma organização ambidestra é uma forma pragmática de trazer a inovação para a agenda estratégica.

Ao criar espaço para exploration e exploitation e combinar inovações de diferentes tipos nessas duas atividades, o modelo de inovação está a serviço tanto da eficiência e produtividade quanto da sobrevivência a longo prazo. O desafio é acertar a combinação ideal de estratégia, estrutura organizacional, cultura e processos.

Causas da mortalidade das startups brasileiras

Não há novidade no entendimento de que a empresa é peça fundamental para o funcionamento e desenvolvimento do sistema capitalista, e o sucesso dela determina o impulso de uma economia.

Também não é nova a percepção de que o empreendedorismo permite a criação de novos produtos, métodos de produção e modelos de negócio, abrindo novos mercados. Schumpeter postulou essas ideias na década de 40 e, ainda hoje, elas são uma das principais referências sobre o tema.

Nova, no entanto, é a percepção de que temos hoje uma forma de empreender diferente das empresas estabelecidas até a década de 90. São as chamadas startups, com características bastante particulares, tanto no que diz respeito à forma de criação e objetivos quanto ao contexto no qual são criadas e se desenvolvem.

Para Eric Ries, a startup é uma instituição desenhada para criar um novo produto ou serviço, em condições de extrema incerteza, que tem na inovação (tecnológica, de produto, serviço, processo ou modelo de negócio) o centro de suas operações. Julie Meyer agrega a percepção de que elas normalmente começam pequenas, mas pensam grande e, devido ao ao grande potencial inovador destas empresas, apresentam probabilidade de crescimento exponencial em pouco tempo.

As startups podem mudar a curva de uma economia inteira, quando conseguem permanecer no mercado. Esse é o grande desafio. Como assumem o risco de inovar desde a concepção do negócio, enfrentam desafios bastante particulares para se manterem no mercado e, de fato, atingir o crescimento exponencial do qual fala Julie Meyer

Nesse contexto, torna-se relevante compreender quais são os determinantes de sucesso e fracasso das startups, negócios que, por estarem inseridos num contexto tão novo e possuírem características tão peculiares, pouco podem usufruir do conhecimento, até então, produzido sobre o empreendedorismo tradicional.

Nesse sentido, listamos aqui algumas causas de mortalidade das startups no Brasil.

  • Aceitação do produto/tecnologia/serviço comercializado pelo mercado
  • Sintonia entre os fundadores
  • Capacidade de adaptação dos gestores às necessidades/mudanças do mercado
  • Falta de comprometimento, em tempo integral, dos fundadores com a startup
  • Não alinhamento dos interesses pessoais e/ou profissionais dos fundadores
  • Falta de capital para investir no negócio

A descontinuidade de empresas startups no Brasil está mais relacionada com aspectos do ambiente em que estão inseridas e a estrutura determinada no momento de sua concepção, do que com as características do próprio empreendedor – nível de escolaridade, presença na família de exemplos de empreendedorismo, capacidade de networking, conhecimentos e experiências específicos na área de gestão ou relacionados ao negócio da empresa.

O empreendedor de startup deve ficar atento a três aspectos principais da empresa, no momento da sua concepção: o número de sócios envolvidos, o volume de capital que será investido e o local onde a empresa estará instalada no início das operações. Estar instalada em uma aceleradora, incubadora ou parque tecnológico representa um fator de proteção para a sobrevivência da startup

 

Inovaçao aberta uma nova forma de competir

O modelo de inovação aberta surgiu em 2003 a partir dos achados de Henry Chesbrough, vindo a significar uma mudança paradigmática do formato tradicional de inovação, concentrado na utilização de conhecimento interno no processo de inovação, para o formato aberto, baseado na busca por conhecimento externo para auxiliar e acelerar o processo de inovação interno.

O modelo de inovação aberta representa uma ruptura de valores, na qual o conhecimento passa a ser adquirido por meio de parceiros que em conjunto adquirem competências necessárias à inovação em virtude de sua complementaridade. Nesse contexto há a necessidade de maior aproximação entre empresas e academia, a fim de melhor agir sob a incerteza, cada vez mais presente no novo contexto competitivo; sob a dependência por renovação tecnológica e de negócio, em que os custos de inovação podem ser reduzidos pelo compartilhamento do conhecimento; sob a crescente formalização das atividades de P&D, deixando- as mais flexíveis e passíveis de venda, caso não atendam aquilo que se almejava; e sob o learning-by- doing, aprender fazendo, o que reforça o processo de aprendizagem.

 

Por conseguinte, as organizações que a praticam aumentam suas chances de entrar em outros mercados por meio da atuação conjunta com outras empresas; acessar o portfólio de tecnologias de outras organizações; disseminar tecnologia própria para outras empresas, o que permite lucrar com tecnologia até então obsoleta para a organização que a possuía; não cometer infrações relacionadas à propriedade intelectual, já que a informação passa a ser compartilhada; desenvolver atividades de P&D por meio da aprendizagem, em decorrência da heterogeneidade das fontes envolvidas; conquistar liderança tecnológica, dado o facilitamento do acesso ao conhecimento científico; valorar a reputação perante o mercado, uma vez que as parcerias permitem atuar de maneira mais estratégica e melhor atender aos clientes; e fortalecer as redes interorganizacionais.

Dentro desse parâmetro, as empresas que adotam tal modelo, de maneira geral, buscam se diferenciar por meio do conhecimento colaborativo, valorização da criatividade e uso de ideias advindas de fontes internas e externas. Isto não significa que elas devam abandonar de todo o velho modelo de competição em detrimento de uma atuação exclusiva através da inovação aberta, mas sim que se deve pensar aberto, a fim de criar inteligência competitiva capaz de identificar as oportunidades, independentemente de onde elas vêm, e fazer fluir as oportunidades já existentes.